Definição: Dor e Cuidados Paliativos





Os Cuidados Paliativos são cuidados holísticos ativos, ofertados a pessoas de todas as idades que se encontram em intenso sofrimento relacionados à sua saúde, proveniente de doença grave, especialmente aquelas que estão no final da vida. O objetivo dos Cuidados Paliativos é, portanto, melhorar a qualidade de vida dos pacientes, de suas famílias e de seus cuidadores. 

A Dor por ser uma experiência multidimensional e subjetiva é o que o paciente diz TER e existe quando diz EXISTIR (Mc Caffey, M., 1983). Se for aguda (duração até 3 meses) tem caráter biológico e de proteção. Se for crônica (maior que 3 meses) é considerada pela Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor como uma doença em si. Para ambas situações o tratamento é ofertado como um direito humano universal.

Cuidados Paliativos sempre estiveram presentes quando se trata de dor e sofrimento. A história recente dos cuidados paliativos surgiu em 1967, quando a dra. Cicely Saunders criou o St. Christopher's Hospice, iniciando o movimento hospice, cuja intenção seria mudar o modelo vigente em relação aos cuidados de indivíduos em processo de morte iminente. Esta iniciativa gerou discursões em outros países os quais passaram a encaminhar seus profissionais para serem treinados no Saint Christopher Hospice, reconhecido como modelo de assistência, ensino e pesquisa, no cuidado de doentes terminais e de suas famílias.

Atualmente a Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO) identifica necessidade precoce dos Cuidados Paliativos no Câncer, de forma que o ideal é que o paciente seja avaliado pela Oncologia no diagnóstico e em paralelo pela equipe em Cuidados paliativos, mesmo em pacientes com bom estado funcional, como garantia de uma qualidade de vida, inclusive durante o tratamento.

No Brasil, infelizmente a dor é SUBTRATADA (Charles Amaral de Oliveira, vice-presidente do Instituto Mundial da Dor no Brasil) uma vez que há nos serviços de saúde uma “indiferença à dor” gerando sofrimento no paciente e família que os ama, ocasionando não só prejuízos em sua qualidade de vida, como aumento nos gastos públicos por inúmeras entradas dos pacientes nas emergências em busca de alívio, prolongamento nos internamentos hospitalares, afastamentos ao trabalho de forma precoce, entre outros. Um dos motivos de tal condição é que mais de 75% dos médicos em atividade não receberam orientação formal para lidar com a dor (Manual do Tratamento de Dor – 2ª edição, 2013).

Quando deve iniciar?

O mais precoce, sempre que possível.

Podem vir associados ao tratamento com objetivo de cura da doença a fim de auxiliar no manejo dos sintomas de difícil controle e melhorar as condições clínicas do paciente.

À medida que a doença avança, mesmo em vigência do tratamento com intenção curativa, a abordagem paliativa deve ser ampliada visando também cuidar dos aspectos psicológicos, sociais e espirituais.


Na fase terminal, em que o paciente tem pouco tempo de vida, o tratamento paliativo se torna prioritário para garantir qualidade de vida, conforto e dignidade.


A transição do cuidado com objetivo de cura para o cuidado com intenção paliativa é um processo contínuo e sua dinâmica difere para cada paciente.

Onde o paciente pode receber os Cuidados Paliativos?

Para os pacientes com melhor capacidade funcional e de deslocamento até o hospital são disponibilizadas as consultas no Ambulatório, o que é ideal para a manutenção de sua autonomia e mobilidade.


Aos que já apresentam uma capacidade funcional comprometida e que por isso são impedidos de comparecer ao hospital, é ofertada a Assistência Domiciliar.


Em situações agudas o paciente tem à sua disposição o serviço de Emergência para atendimento presencial e orientações por telefone 24 horas.


Nos casos em que são necessários o monitoramento mais detalhado, a intervenção imediata dos profissionais e os cuidados ao fim de vida, o HC IV está preparado para receber o paciente na Internação Hospitalar.

Quem são os profissionais envolvidos em oferecer os Cuidados Paliativos?

A abordagem ao paciente e família é feita por uma equipe multiprofissional composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, assistentes sociais, psicólogos, fonoaudiólogos e farmacêuticos, em atividades diretamente ligadas às necessidades biopsicossociais. Entretanto, administrativos, motoristas, capelães, voluntários e cuidadores também acompanham e apoiam os membros da família e da equipe em prol do bem-estar do paciente.


Fonte: INCA

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